Caso você busque um tratamento não medicamentoso estruturado e sistematizado, apresento aqui minha proposta de trabalho. Mesmo que você apresente algum(ns) transtorno(s) psíquico(s), necessitando no momento de medicamento(s), é importante saber que o tratamento não medicamentoso é peça fundamental do processo.
Antes de seguirmos adiante, algumas observações:
1. É importante salientar que não se trata de um pacote fechado e rígido, mas sim flexível e direcionado às suas necessidades em cada momento do processo. Por exemplo, numa situação de crise, esta poderá ser o foco da sessão, e não aquele proposto pelo programa. Trata-se de uma proposta inicial, que será sempre modificada conforme a evolução do seu caso.
2. Outro ponto importante a considerar é que existem outras técnicas que serão incorporadas conforme o(s) seu diagnóstico(s). Por exemplo, nos casos de Burnout, serão trabalhadas também mudanças no processo laboral.
E por que o tratamento não medicamentoso é importante?
. Propicia remissão mais rápida dos sintomas, através da compreensão e do manejo destes e dos seus fatores precipitantes.
. Auxilia na resolução de outros sintomas que não são resolvidos com o uso do(s) medicamento(s) prescrito(s). Por exemplo, sentimentos de vazio e sensação da falta de direcionamento na vida, entre outros.
. Aumenta a probabilidade de doses menores de medicamentos e cursos mais curtos de uso destes.
. Aumenta a probabilidade de, depois de um curso de tratamento medicamentoso, não necessitar mais de medicamentos.
. Auxilia na identificação e implementação de estratégias para resolução de fatores estressores e situações de conflito que possam estar causando ou agravando os seus sintomas.
. Fornece uma base para você melhorar a sua autoestima e a sua rede de suporte.
. Auxilia no planejamento e aplicação de estratégias para melhorar sua qualidade de vida e seu bem-estar físico e mental. Não podemos apenas focar nos problemas, mas também incorporar bons hábitos e estratégias para promoção do seu equilíbrio mental, utilizando os princípios da Psicologia Positiva.
E qual o objetivo final?
Desenvolver em você autonomia e confiança para seguir mantendo uma vida saudável e equilibrada, quando o tratamento estiver finalizado. O objetivo dos tratamentos psiquiátricos atualmente não é o de manter o paciente permanentemente necessitando do psiquiatra, mas de torná-lo o seu próprio psiquiatra. Por isso, tudo que é trabalhado não se aplica apenas ao período de tratamento, mas fornece uma base para você saber enfrentar os desafios da vida com serenidade após o processo proposto.
Como funciona o programa?
Abaixo apresento o nosso guia para todo o tratamento, caso você busque uma proposta sistematizada e estruturada. São descritas vinte sessões, se você busca um tratamento mais abrangente e aprofundado. Se este não for o caso, sugiro que ao menos as primeiras sete sessões sejam realizadas, pois estas fornecem as técnicas fundamentais que proponho. Quanto à periodicidade, sugiro que seja semanal ou quinzenal. Porém, podem ser realizadas mensalmente e até bimensalmente, pois, como você verá, cada sessão tem tarefas de casa a serem feitas no intervalo entre as sessões.
De forma bem resumida, iniciamos com elementos da Psicoeducação. Trata-se de uma intervenção psicoterapêutica focada na compreensão e manejo dos seus sintomas e fatores precipitantes ou agravantes, além de considerações sobre o tratamento medicamentoso e não medicamentoso que será feito.
Em seguida, trabalharemos elementos da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), quando iniciaremos o trabalho com técnicas cognitivas, cujo objetivo é a identificação e modificação de formas distorcidas de interpretação da realidade, o que, em última análise, são as causas dos seus sintomas – ou de grande parte deles.
Caso você deseje realizar todas as sessões, fortaleceremos as técnicas cognitivas e seguiremos as sessões utilizando elementos da Terapia do Esquema. Esta tem como foco identificar e modificar suas crenças centrais em relação a você, os outros e o mundo. Estas, quando distorcidas, levam a um padrão permanente de autossabotamento e baixos níveis de qualidade de vida, com maior probabilidade de retorno dos sintomas.
Por que tarefas de casa?
Acredito firmemente que o processo terapêutico não deva ocorrer somente nas consultas. Muito pelo contrário, você deve aproveitar ao máximo o tempo em que estiver em tratamento. Para isso acontecer, você precisa refletir sobre seus sintomas, fatores estressores e sua vida de uma forma geral no espaço de tempo entre as consultas.
Sugestões:
> Faça o registro de todas as atividades realizadas em consulta e das tarefas de casa em um caderno de terapia ou arquivo de computador. Isto é muito importante. Além de ficarem registrados os seus progressos, as informações ali armazenadas poderão ser muito úteis no futuro.
> Você está convidado a sempre reportar qualquer dificuldade de compreensão na forma como este guia está apresentado ou mesmo erros de digitação em qualquer parte do site.
> 1a sessão: Diagnóstico e Orientações Iniciais
Objetivos:
1. Coletar informações sobre sua história de vida, sintomas atuais e a evolução destes ao longo do tempo.
2. Identificar a presença de fatores estressores atuais e passados, que serão discutidos ao longo das sessões.
3. Estabelecer o(s) diagnóstico(s).
4. Apresentar opções de tratamento.
5. Estabelecer em conjunto objetivos e plano de tratamento.
Tarefas de casa:
1. Bem-vindo(a)! Vamos dar continuidade ao seu tratamento? Nesta tarefa aplicamos princípios da Psicoeducação. Trata-se de uma abordagem psicoterapêutica em que o princípio é aprender e refletir sobre como o transtorno psíquico se manifesta, identificar sintomas e fatores precipitantes. Estude sobre o(s) seu(s) diagnóstico(s) clicando aqui e anote de três a cinco sintomas que ocorrem com mais frequência no início dos seus episódios agudos (de ansiedade, depressivo, maníaco/hipomaníaco, etc.).
2. Responda ao(s) teste(s) para avaliação de sintomas do(s) seu(s) diagnóstico(s). Lembre-se: guarde uma cópia sempre que responder para irmos comparando os resultados ao longo do tempo. Para acesso, clique aqui.
3. Leia as principais técnicas para alívio de sintomas de estresse, ansiedade, pânico e depressão, clicando aqui.
4. Leia as orientações sobre tratamento medicamentoso clicando aqui.
5. Se tiver sido prescrito lítio, leia as orientações para uso desta medicação clicando aqui.
6. Se tiver sido prescrito ácido valproico ou carbamazepina, leia as orientações para o uso desta(s) medicação(ões) clicando aqui.
> 2a sessão: Psicoeducação sobre o(s) Diagnóstico(s)
Objetivos:
1. Listar problemas atuais que atuam como fatores estressores para análise durante a sessão.
2. Revisar questões sobre o(s) seu(s) diagnóstico(s), tais como manifestações sintomáticas, tratamento e prognóstico.
3. Conversar sobre os primeiros sintomas que mais comumentemente surgem no início dos seus episódios agudos.
4. Analisar o(s) resultado(s) que obteve no(s) teste(s) para avaliação de sintomas do(s) seu(s) diagnóstico(s).
5. Avaliar a importância das técnicas de alívio de estresse, ansiedade, depressão e pânico.
6. Se tiver lhe sido prescrito lítio, ácido valproico ou carbamazepina.
Tarefa de casa:
1. Se chegou até aqui, parabéns!!! Agora, convido você a ler um texto sobre a influência dos Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs) nas suas emoções e sensações/reações corporais e comportamentos negativos e em, seguida, preencher uma tabela. Para acessar o conteúdo, clique aqui.
> 3a sessão: Identificando Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs) I
Objetivos:
1. Listar problemas atuais que atuam como fatores estressores para análise durante a sessão.
2. Revisar os exemplos de Ativadores, PADs e emoções/reações corporais e comportamentos negativos que você descreveu.
3. Analisar como os pensamentos influenciam as emoções, sensações/reações corporais e comportamentos.
4. Apresentar diferenças entre preocupação produtiva e improdutiva.
Tarefas de casa:
1. Responda ao(s) teste(s) para avaliação de sintomas do(s) seu(s) diagnóstico(s). Lembre-se: guarde uma cópia sempre que responder para irmos comparando os resultados ao longo do tempo. Para acesso, clique aqui.
2. Vamos aprofundar as suas habilidades para reconhecer os seus PADs. Preencha novamente a tabela Identificando Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs). Para acessá-la, clique aqui.
3. Leia as orientações sobre tratamento não medicamentoso clicando aqui.
> 4a sessão: Identificando Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs) II/Regularidade de Hábitos
Objetivos:
1. Listar problemas atuais que atuam como fatores estressores para análise durante a sessão.
2. Analisar o(s) resultado(s) que obteve no(s) teste(s) para avaliação de sintomas do(s) seu(s) diagnóstico(s).
3. Revisar os exemplos de Ativadores, PADs e emoções/reações corporais e comportamentos negativos que você descreveu.
4. Analisar como os pensamentos influenciam as emoções, sensações/reações corporais e comportamentos.
5. Avaliar o seu padrão de PADs.
6. Analisar a importância da higiene do sono, da prática de exercícios físicos, de uma dieta saudável e da regularidade de hábitos.
Tarefas de casa:
1.. Leia sobre as Distorções Cognitivas mais comuns clicando aqui.
2.. Identifique nos seus PADs as Distorções Cognitivas que você mais utiliza. Para acessar a tarefa clique aqui.
3. Se quiser entender-se melhor, sugiro fortemente que leia o texto Evitações clicando aqui. Após a leitura, liste as Evitações que você mais usa.
> 5a sessão: Identificando Distorções Cognitivas dos Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs)
Objetivos:
1. Listar problemas atuais que atuam como fatores estressores para análise durante a sessão.
2. Revisar a tabela Identificando Distorções Cognitivas dos Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs) preenchida.
3. Analisar as suas Distorções Cognitivas mais comuns.
4. Revisar o conceito de Evitação e analisar as Evitações que você usa mais frequentemente, caso tenha lido o texto Evitações.
Tarefa de casa:
1. Parabéns! Você está evoluindo na identificação dos seus PADs e já sabe como classificá-los. Agora vamos dar mais um passo adiante. Analise o custo-benefício (desvantagens e vantagens) dos seus PADs clicando aqui.
> 6a sessão: Identificando Custo-benefício dos Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs)
Objetivos:
1. Listar problemas atuais que atuam como fatores estressores para análise durante a sessão.
2. Revisar a tabela Identificando Custo-benefício dos Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs).
3. Analisar como vantagens inconscientes acabam perpetuando seus PADs.
Tarefa de casa:
1. Parabéns pelo seu esforço! Continue firme! As etapas anteriores lhe preparam para executar esta tarefa. Você já aprendeu como identificar e avaliar os seus PADs. Agora vamos trabalhar para desafiá-los utilizando a tabela Modificando Pensamentos Automáticos Disfuncionais. Para acessá-la, clique aqui.
> 7a e 8a sessões: Modificando Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs) I e II
Objetivos:
1. Listar problemas atuais que atuam como fatores estressores para análise durante a sessão.
2. Revisar a tabela Modificando Pensamentos Automáticos Disfuncionais preenchida.
3. Avaliar no seu dia a dia a relação entre mudança cognitiva e alívio de sintomas.
Tarefa de casa:
1. Vamos continuar. Lembre que mudanças cognitivas e de hábitos de vida requerem dedicação e esforço! Avalie os seus PADs utilizando a tabela Modificando Pensamentos Automáticos Disfuncionais. Para acessá-la, clique aqui.
> 9a sessão: Modificando Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs) III
Objetivos:
1. Listar problemas atuais que atuam como fatores estressores para análise durante a sessão.
2. Revisar a tabela Modificando Pensamentos Automáticos Disfuncionais preenchida.
3. Introduzir o conceito de Esquemas Disfuncionais (EDs) e analisar a sua relação com PADs.
Tarefa de casa:
1. Agora você chegou à parte mais importante! Se você está aqui é porque decidiu ir mais a fundo na origem dos seus sintomas. Parabéns por manter-se no tratamento!!! Você está iniciando uma etapa muito importante para se compreender ainda mais. Leia o texto de introdução sobre Esquemas Disfuncionais (EDs) e Estilos de Enfrentamento clicando aqui.
> 10a sessão: Conceituando Esquemas Disfuncionais (EDs) e Estilos de Enfrentamento
Objetivos:
1. Listar problemas atuais que atuam como fatores estressores para análise durante a sessão.
2. Revisar o conceito de EDs.
3. Revisar o conceito de Estilos de Enfrentamento.
4. Apresentar o conceito de Polo Saudável.
Tarefa de casa:
1. Muito bem! Agora vamos identificar quais são os seus EDs através da leitura dos textos apresentados nos links da página que você acessa clicando aqui. Atenção: você poderá verificar a presença de algum ED não listado nos links. Se isto acontecer, faça anotações a respeito e apresente na seção.
> 11a e 12a sessões: Identificando Esquemas Disfuncionais (EDs) I e II
Objetivos:
1. Listar problemas atuais que atuam como fatores estressores para análise durante a sessão.
2. Listar e analisar o(s) ED(s) que foi(ram) identificado(s) na tarefa de casa.
3. Analisar a origem do(s) seu(s) ED(s) e a forma como você o(s) tem perpetuado.
Tarefa de casa:
1. Confirme ou não os EDs identificados através da releitura dos textos apresentados nos links da página que você acessa clicando aqui.
> 13a sessão: Identificando Esquemas Disfuncionais (EDs) III
Objetivos:
1. Listar problemas atuais que atuam como fatores estressores para análise durante a sessão.
2. Listar e analisar o(s) ED(s) que foi(ram) identificado(s) na tarefa de casa.
3. Analisar a origem do(s) seu(s) ED(s) e a forma como você o(s) tem perpetuado.
Tarefas de casa:
1. Vamos lá! Você está bem adiantado(a). Parabéns!!! Chegou o momento de entender a relação entre seus PADs e seus EDs. Preencha a tabela Relacionando Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs) e Esquemas Disfuncionais (EDs) clicando aqui.
2. Identifique quando o Polo Saudável atua.
> 14a, 15a e 16a sessões: Relacionando Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs) e Esquemas Disfuncionais (EDs) I, II e III
Objetivos:
1. Listar problemas atuais que atuam como fatores estressores para análise durante a sessão.
2. Revisar a tabela Relacionando Relacionando Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs) e Esquemas Disfuncionais (EDs) preenchida.
3. Identificar como os seus EDs originam os seus PADs.
4. Identificar os momentos em que o Polo Saudável atuou.
Tarefas de casa:
1. Preencha a tabela Relacionando Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs) e Esquemas Disfuncionais (EDs) clicando aqui.
2. Identifique quando o Polo Saudável atua.
> 17a sessão: Relacionando Relacionando Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs) e Esquemas Disfuncionais (EDs) IV
Objetivos:
1. Listar problemas atuais que atuam como fatores estressores para análise durante a sessão.
2. Revisar a tabela Relacionando Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PADs) e Esquemas Disfuncionais (EDs) preenchida.
3. Identificar momentos em que o Polo Saudável atuou.
4. Apresentar técnicas para avaliar a validade e utilidade do(s) seu(s) ED(s) (desafio de ED).
Tarefas de casa:
1. Agora chegou a hora de questionar as suas crenças centrais. Continue, não desista! Estamos na etapa final!!! Vamos trabalhar formas de desafiar o(s) seu(s) ED(s). Para tanto, preencha a tabela Modificando Esquemas Disfuncionais (EDs), clicando aqui.
> 18a sessão em diante: Modificando Esquemas Disfuncionais (EDs)
Objetivos:
1. Listar problemas atuais que atuam como fatores estressores para análise durante a sessão.
2. Analisar a tarefa de casa, revisando as evidências a favor e contra o(s) seu(s) ED(s) e o que você diria a um(a) amigo(a) na sua situação.
3. Analisar o quanto você acreditava e o quanto acredita no(s) seu(s) ED(s) após desafiá-lo(s).
4. Identificar formas de intervir quando o(s) ED(s) está(ão) atuando.
5. Identificar momentos em que o Polo Saudável atuou.
Tarefa de casa:
1. Preencha a tabela Modificando Esquemas Disfuncionais (EDs), clicando aqui.
Acesse o site clicando aqui.
Para contato via WhatAapp, clique aqui.
Atendimento presencial e online.
Acompanhe o perfil no Instagram: www.instagram.com/danielpsiquiatrafloripa.
Dr. Daniel Maffasioli Gonçalves
Médico Psiquiatra em Florianópolis, Mestre, PhD
CRM/SC 20397–RQE/SC 11560