1. Introdução:
Atualmente aproximadamente 4,5% da população (3% dos homens e 6% das mulheres) está sendo afetada pelo Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT), e, durante toda a vida, 7,5% (de 6% a 9%) (5% dos homens e 10% das mulheres). Entretanto, existem grupos de maior risco, nos quais as prevalências são maiores. Em bombeiros, por exemplo, estima-se um percentual de 50% e em ex-soldados, 35%. Cerca de três quartos (75%) das pessoas durante a vida são expostas a vários eventos com potencial de causar TEPT. Isto significa que em torno de 12% das pessoas desenvolvem a condição.
A ocorrência do TEPT não depende apenas da gravidade do evento em si, mas também da suscetibilidade psicobioemocional do indivíduo. Há uma tendência de que eventos mais graves e/ou causados diretamente por uma pessoa (estupro, tentativa de homicídio, etc) tendam a causar o transtorno mais frequentemente, mas isto não é uma regra. Melhores níveis prévios de saúde mental e de autocuidados de uma forma geral, boa rede de apoio e tratamento precoce podem evitar a ocorrência do transtorno ou ao menos reduzir seus efeitos deletérios.
Para o diagnóstico de Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT) deve haver um evento causador de natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica, envolvendo risco de vida, ferimentos sérios ou risco à integridade física, emocional e/ou moral do indivíduo ou de terceiros. Por exemplo, enchentes e outros desastres climáticos, abuso sexual, sequestro, assalto, etc.
O evento traumático pode ter sido vivenciado pelo indivíduo, apenas testemunhado pelo indivíduo ou a pessoa ter tido conhecimento de que ocorreu com alguém da família ou amigo próximo. Nestes casos, em geral, os sintomas surgem em até três meses após o evento, embora em até 15% dos casos podem se desenvolver anos após o evento traumático (TEPT de aparecimento tardio). Uma última observação sobre o evento traumático Por fim, pode ocorrer quando alguém é exposto uma ou mais vezes a detalhes aversivos relacionados a um evento traumático, como, por exemplo, socorristas, médicos, enfermeiros, etc.
Importante ressaltar que, conforme será visto abaixo, em crianças, especialmente menores de oito anos de idade, os sintomas podem se apresentar de forma diferente. Por exemplo, os sintomas dos grupos B (sintomas intrusivos) podem ocorrer na forma de pesadelos em que se revivencia o evento traumático, enquanto que em crianças podem ocorrer pesadelos sem conteúdo identificável. Em crianças de seis anos ou menos os critérios diiagnósticos são diferentes e serão apresentados após os critérios para indivíduos com sete anos ou mais (abaixo).
A estrutura dos artigos é introdução, critérios diagnósticos, tratamento e evolução dos transtornos (por isso, sugere-se ler até o final).
Para continuar lendo o artigo clique aqui.
Dr. Daniel Maffasioli Gonçalves – Médico Psiquiatra
CRM/SC 20397 │ CRM/RS 27099 – Registro Psiquiatria: RQE/SC 11560 │ RQE/RS 18112
Entre em contato clicando aqui
Instagram danielpsiquiatrafloripaecaxias