Alguns traços de temperamento são mais comuns em portadores de TAS. Entende-se como temperamento o conjunto de características que influencia amplamente as percepções, emoções e cognição de cada indivíduo, fazendo com que o comportamento na maior parte do tempo seja muito semelhante e consistente. São constantes no tempo e se manifestam precocemente. É herdado e biológico, dependendo pouco das experiências de vida.
O mais traço comum em indivíduos com TAS é a inibição comportamental. Trata-se de uma tendência a evitar situações novas e não familiares. Interessante notar que esta característica pode ser notada até mesmo em crianças com um ano e meio. Como exemplo, durante a infância, quando apresentado um novo colega, crianças com inibição comportamental mais alta tendem a não se aproximarem facilmente, ou até mesmo a não se aproximarem de forma alguma. É comum chorarem, “travarem” ou agarrarem-se a pais ou outros cuidadores. Ao contrário, crianças com baixos níveis de inibição comportamental se engajam rapidamente na nova interação social.
3. Ansiedade de desempenho:
Na ansiedade de desempenho há preocupação intensa com a performance na vida profissional, principalmente nas ocasiões em que o indivíduo precisa falar em público. A apreensão e o desconforto tendem a ocorrer somente nos casos em que o indivíduo fica em evidência no contexto de um grande grupo, sendo mais intenso quando envolve pessoas pouco familiares.
O tratamento geralmente é feito com psicoterapia e beta-bloqueadores minutos antes das apresentações.
4. Tratamento do TAS:
O tratamento é feito com medicamentos e psicoterapia. A escolha pode também recair entre utilizar apenas medicamentos ou apenas psicoterapia quando for da preferência do paciente.
Em relação ao tratamento medicamentoso, os fármacos considerados de primeira linha, ou seja, que apresentam as maiores taxas de eficácia nos estudos realizados, são:
.• antidepressivos, em especial sertralina, fluoxetina, paroxetina, escitalopram, fluvoxamina e venlafaxina (mais sobre antidepressivos clique aqui);
• pregabalina.
Em relação à psicoterapia, existem dois tipos que demostraram maior eficácia no TAS: Psicoeducacão e Terapia Cognitivo Comportamental.
5. Comorbidades:
As taxas de comorbidades (dois transtornos ocorrendo ao mesmo tempo) são altas no TAS. Estima-se que até 60% dos portadores apresentem algum outro diagnóstico de Transtorno de Ansiedade, 40% de algum Transtorno Depressivo e 30% de Transtorno por Abuso/Dependência de Álcool e Drogas. Identificar as comorbidades e tratá-las adequadamente é fundamental para o sucesso da resolução do quadro de TAS. No link abaixo você pode acessar textos sobre outros transtornos psíquicos.
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Dr. Daniel Maffasioli Gonçalves – Psiquiatra em Florianópolis e Caxias do Sul
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