> Todos os esquemas deste domínio têm origem em famílias caracterizadas pela aceitação condicional, onde a criança teve que suprimir aspectos importantes da sua personalidade para receber aprovação e acolhimento. Na maioria dos casos um dos pais ou os dois valorizavam em excesso as próprias necessidades ou então a “aparência” em detrimento das necessidades da criança.
1. Subjugação:
. O indivíduo entrega-se de maneira excessiva ao controle dos outros em detrimento das suas próprias necessidades. Isto ocorre por medo de retaliação, crítica, abandono e/ou rejeição.
. Percebe pessoas íntimas quase como autoridades a quem deve obedecer.
. Acredita que os seus desejos e demandas nunca serão considerados como importantes pelos outros.
. Não expressa sentimentos por medo de represálias.
. Tem dificuldades para tomar decisões por conta própria. Por este motivo é comum que não saibam o que realmente querem.
. Pode desenvolver muita raiva frente à submissão, acabando por apresentar comportamentos passivo-agressivos, explosões de descontrole, abuso de álcool e drogas, entre outros.
. É comum que um dos pais ou os dois eram controladores e dominadores, ou seja, fortes demais.
Quando se resigna ao esquema: é excessivamente obediente, mas ao mesmo tempo é hipersensível ao sentimento de estar aprisionado, o que ocasiona um conflito permanente.
Quando evita o esquema: foge de situações em que possa se sentir controlado, tal como casamento.
Quando hipercompensa o esquema: revolta-se contra autoridades, é desobediente e apresenta comportamento de oposição.
2. Autossacrifício:
. O indivíduo busca atender sempre às necessidades alheias em detrimento da satisfação dos próprios desejos e da gratificação pessoal. Age assim de forma voluntária e não por medo de retaliação, crítica, abandono e/ou rejeição como ocorre na subjugação.
. Sente-se exageradamente responsável pelos outros, mesmo que outras pessoas apontem a necessidade de cuidar mais de si.
. Tem sensibilidade extrema ao sofrimento alheio.
. Está sempre pronto para ouvir os problemas dos outros, não conseguindo expressar os seus.
. Sente que deve sempre ser uma “boa pessoa” e assim pensar mais nos outros do que em si próprio.
. Muitas vezes tem ganhos com este esquema, tal como atrair a atenção das outras pessoas por ajudar tanto os outros.
. É comum que um dos pais ou os dois eram infantilizados e incapazes de se autogerirem, ou seja, fracos demais.
Quando se resigna ao esquema: não reconhece suas necessidades e desejos. Mesmo que se sinta desconfortável ou não consiga realizar as suas tarefas continua se doando o tempo todo.
Quando evita o esquema: apresenta sintomas psicossomáticos, tais como dor de cabeça, problemas gastrointestinais, dor crônica ou fadiga. Com isso sente-se doente e então merecedor de cuidados e atenção dos outros, deixando de se autossacrificar.
Quando hipercompensa o esquema: desenvolve raiva exagerada e irritação frente às solicitações dos outros. É egoísta e pouco empático. Fica muito ressentido quando não apreciado.
3. Busca de aprovação/busca de reconhecimento:
. O indivíduo precisa ser constantemente aprovado e reconhecido, mesmo que isto implique a anulação da sua própria identidade, desejos e inclinações.
. A autoestima depende das reações dos outros e não de sentir-se bem e satisfeito consigo mesmo.
. Ser elogiado e admirado é fundamental para se sentir alguém que tem valor.
. Por considerar em demasia as reações dos outros acaba por não permitir o desenvolvimento de um senso verdadeiro e estável de identidade. Assim não reconhece suas próprias aspirações e necessidades e portanto não consegue agir a partir disto.
. A aprovação e o reconhecimento causam gratificação imediata e não duradoura, ficando o indivíduo “viciado” nisso.
. Tem hipersensibilidade à rejeição.
. Em geral dá muita ênfase ao status, dinheiro, aparência, popularidade, etc.
. É comum que um dos pais ou os dois estimularam muito a obtenção de sucesso, com expectativas baseadas no reconhecimento público e não nas necessidades básicas de criança.
Quando se resigna ao esquema: age para impressionar os outros, com ênfase na aparência, dinheiro, status e popularidade. É ávido por agradar e ser elogiado.
Quando evita o esquema: distancia-se de relacionamentos por medo da desaprovação.
Quando hipercompensa o esquema: esforça-se para obter a desaprovação dos outros.
Domínio I: Desconexão/rejeição
Domínio II: Autonomia e desempenho prejudicados
Domínio III: Limites prejudicados
Domínio V: Supervigilância/inibição
Dr. Daniel Maffasioli Gonçalves – Psiquiatra em Florianópolis e Caxias do Sul
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