> Todos os esquemas deste domínio têm origem em famílias superprotetoras ou indiferentes. No primeiro caso as demandas da criança foram atendidas de forma exagerada. Com isso não foi permitido que ela se percebesse com capacidade para satisfazer seus desejos e necessidades de forma autônoma. No segundo caso (que está no extremo oposto do primeiro), os pais não se responsabilizaram pela criança, deixando-a “solta no mundo” ao não proporcionar proteção e orientação. Como consequência há prejuízo substancial na construção da sua autoconfiança.
1. Dependência/incompetência:
. O indivíduo se sente incapaz de cuidar de si mesmo e de enfrentar os problemas cotidianos normais a todas as pessoas.
. Não consegue ser independente.
. Acredita ser incompetente para realizar a grande maioria ou todas as tarefas do dia dia. Por este motivo depende dos outros para quase tudo, mesmo para questões simples, tais como escolher roupas, fazer compras, pagar contas, dirigir, etc.
. Continuamente tem medo de errar se agir por conta própria pois não confia no seu julgamento e bom senso.
. Sente-se ansioso quando tem que fazer algo sozinho.
Quando se resigna ao esquema: solicita ajuda e orientação o tempo todo. Não faz nada sozinho. Recusa-se a aprender tarefas e habilidades para agir de forma independente, tal como dirigir.
Quando evita o esquema: não assume responsabilidades e compromissos.
Quando hipercompensa o esquema: insiste em fazer tudo sozinho e recusa qualquer tipo de ajuda, porém intimamente sente que irá sempre falhar.
2. Vulnerabilidade ao dano e à doença:
. O indivíduo está frequentemente preocupado com a possibilidade de que algo muito grave aconteça.
. Imagina catástrofes envolvendo doenças, acidentes, falência financeira, problemas com a justiça, etc.
. Sente-se incapaz para enfrentar situações difíceis.
. Está constantemente alerta em relação às sensações corporais, interpretando qualquer sensação mais intensa como indício de que uma doença grave esteja se manifestando.
. Frequentemente lê e conversa excessivamente sobre tragédias.
. Tem altos níveis de ansiedade e ataques de pânico.
Quando se resigna ao esquema: sente-se permanentemente “encurralado”, prestes a ser vítima de alguma catástrofe.
Quando evita o esquema: pratica “rituais mágicos” para prevenir catástrofes. Frequentemente faz uso de tranquilizantes.
Quando hipercompensa o esquema: age de forma negligente, sem considerar o perigo.
3. Emaranhamento/self subdesenvolvido:
. Ocorre um emaranhamento do indivíduo com um dos pais, como se fossem um só. Existe o sentimento de que nenhum dos dois possa sobreviver ou ser feliz vivendo de forma mais independente.
. Na idade adulta o emaranhamento pode ocorrer também com o(a) companheiro(a).
. O indivíduo acredita que relações importantes devam ser simbióticas, ocorrendo sentimentos de culpa quando tenta estabelecer limites com a pessoa emaranhada.
. O indivíduo e a pessoa emaranhada compartilham pensamentos e sentimentos muito íntimos, “sentindo o que o outro sente”.
. Envolve-se demais com a vida e problemas da pessoa emaranhada e vice-versa.
. O self subdesenvolvido manifesta-se como uma sensação de falta de identidade e um sentimento de vazio. O indivíduo pode se sentir à deriva no mundo, sem saber quem é, do que gosta, quais são os seus talentos, etc. É comum se sentir um fracasso.
Quando se resigna ao esquema: copia as características da pessoa emaranhada e não consegue se perceber como um indivíduo independente.
Quando evita o esquema: “foge” da pessoa emaranhada, mantendo esta afastada a qualquer custo.
Quando hipercompensa o esquema: tem ataques de fúria e raiva contra a pessoa emaranhada.
4. Fracasso:
. O indivíduo acredita que é incompetente e nunca alcançará o sucesso.
. Quando é bem sucedido se sente um “impostor”, ou seja, acredita que na verdade seu sucesso não é justificado e que engana as outras pessoas mostrando-se competente quando não é.
. Percebe-se como incapaz, sem talento, inferior e malsucedido, especialmente quando se compara com outras pessoas.
. Desvaloriza suas conquistas e qualidades e hipervaloriza seus insucessos e defeitos.
. Quando tem alguma vitória, pensa que não é resultado da sua capacidade e sim da sorte, da ajuda dos outros, etc. Nunca se dá o devido crédito.
. Não se sente habilidoso e inteligente o suficiente para atingir seus objetivos.
. Em alguns casos ocorre em famílias nas quais um dos pais ou os dois impediam o sucesso da criança por medo de que fossem superados ou abandonados por ele.
Quando se resigna ao esquema: faz tudo com pouca dedicação ou de forma inadequada para provar que é um fracasso. Autossabota-se.
Quando evita o esquema: posterga tarefas.
Quando hipercompensa o esquema: é perfeccionista ao extremo.
Domínio I: Desconexão/rejeição
Domínio III: Limites prejudicados
Domínio IV: Direcionamento para o outro
Domínio V: Supervigilância/inibição
Dr. Daniel Maffasioli Gonçalves – Psiquiatra em Florianópolis e Caxias do Sul
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