Nesta primeira seção, será apresentada uma breve introdução. Ao final, está o link para a página com informações sobre os principais antidepressivos.
O uso de antidepressivos revolucionou a psiquiatria. O primeiro composto com poder de efeito sobre o humor deprimido foi a iproniazida. Utilizada como medicamento para tratar tuberculose, verificou-se que, apesar de não ser eficaz para este fim, alguns pacientes melhoravam o seu humor.
Este medicamento como agente antituberculostático foi um fracasso, porém trouxe à luz uma possibilidade até então não demonstrada, de que medicamentos poderiam tratar a depressão. Foi logo retirada de circulação devido aos seus efeitos colaterais inaceitáveis.
Na mesma época, a clorpromazina foi testada como agente anestésico, sendo que logo percebeu-se ser, na verdade, um agente antipsicótico. Com o sucesso da clorpromazina, iniciaram-se pesquisas clínicas para testar novos fármacos para tratar psicose. A imipramina foi uma delas. Aqui, novamente, o acaso foi generoso: embora os pacientes permanecessem com alucinações e delírios, seu humor melhorava.
A imipramina logo entrou no mercado e mudou para sempre o tratamento da depressão. Em pouco tempo surgiram outros medicamentos da mesma família (antidepressivos tricíclicos), tais como amitriptilina, clomipramina, desipramina e nortriptilina. Paralelamente, eram lançados no mercado antidepressivos inibidores da monoaminoxidase (IMAO). Entretanto, ambas as classes de antidepressivos apresentam dois inconvenientes: tendem a causar muitos efeitos colaterais e em doses não muito maiores que as terapêuticas são tóxicas.
Em 1983, um grande passo foi dado pela psiquiatria: iniciava-se a comercialização da fluvoxamina, primeiro antidepressivo IRSS (inibidor da recaptação de serotonina). Em relação aos existentes até então, representou um avanço no tratamento da depressão pela menor probabilidade de efeitos colaterais, em especial sedação diurna, e muito maior segurança de uso, pois a dose terapêutica está bem abaixo da tóxica.
Com o passar do tempo, ficou claro que a denominação antidepressivo não fazia jus à ação destes fármacos. Isto porque não são eficazes somente para depressão, mas também para transtornos de ansiedade e vários outros.
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Dr. Daniel Maffasioli Gonçalves
Médico Psiquiatra em Florianópolis, Mestre, PhD
CRM/SC 20397–RQE/SC 11560