3. Agorafobia
3.1. Introdução:
A Agorafobia pode ocorrer no contexto de um Transtorno do Pânico ou de forma isolada. Estima-se que 4,5% das pessoas apresentam em algum momento de suas vidas Agorafobia pura e 1,5-2% Agorafobia e Transtorno do Pânico simultaneamente.
A condição ocorre mais no sexo feminino, numa proporção de 2 mulheres para cada homem. A idade média para diagnóstico é em torno dos 20 anos, podendo em casos raros ocorrer antes.
3.2. Critérios diagnósticos:
A Agorafobia é caracterizada pela evitação de um grande número de situações nas quais não haja uma forma fácil de escapar ou de ter o auxílio necessário no caso de um ataque de pânico, desmaiar, cair, ficar muito tonto, ter palpitações, etc.
Os critérios para Agorafobia são:
A. Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou mais) das cinco situações seguintes:
1. Uso de transporte público (p. ex., automóveis, ônibus, trens, navios, aviões);
2. Permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de estacionamentos, mercados, pontes);
3. Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, cinemas);
4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão;
5. Sair de casa sozinho.
B. O indivíduo tem medo ou evita essas situações devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas de pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores (p. ex., cair, vomitar, ter incontinência urinária).
C. As situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade.
D. As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, requerem a presença de uma companhia ou são suportadas com intenso medo ou ansiedade.
4. Tratamento da Agorafobia e Transtorno do Pânico:
O tratamento de primeira linha é feito com medicamentos e psicoterapia. A escolha pode também recair entre utilizar apenas medicamentos ou apenas psicoterapia quando for da preferência do paciente.
Em relação ao tratamento medicamentoso, os fármacos considerados de primeira linha, ou seja, que apresentam maiores taxas de eficácia, são os antidepressivos, especialmente sertralina, paroxetina, citalopram, fluoxetina, escitalopram e venlafaxina (mais sobre antidepressivos clique aqui)
Em relação à psicoterapia, existem dois tipos que mostraram maior eficácia: Psicoeducacão e Terapia Cognitivo Comportamental.
5. Comorbidades:
A ocorrência de algum outro transtorno psíquico concomitamente com Transtorno do Pânico e/ou Agorafobia é muito comum. Até pouco tempo atrás acreditava-se que transtornos psíquicos ocorrendo isoladamente fossem a regra, o que não se confirma nos estudos mais atuais. Esta informação é crucial para se estabelecer o tratamento de cada paciente, uma vez que todos os transtornos presentes precisam ser alvo das terapêuticas utilizadas. O não tratamento de um pode acarretar na não melhora do outro.
Estima-se que até 40% dos portadores de Transtorno do Pânico sejam também portadores de algum transtorno depressivo e 34% de dependência de álcool e/ou drogas. Abaixo o link para mais artigos sobre transtornos psíquicos.
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Dr. Daniel Maffasioli Gonçalves – Psiquiatra em Florianópolis e Caxias do Sul
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