As patologias de origem psíquica que se manifestam essencialmente por sintomas físicos são há muito tempo conhecidas como Transtornos Somatoformes (soma do grego = corpo).
Podem iniciar em qualquer idade. Em relação a causas, não há consenso, sendo que se sugere haver uma interação entre predisposição biológica e fatores estressores ambientais.
Estão divididas em três grupos principais, conforme segue:
1. Transtorno de Somatização:
Trata-se de condição caracterizada pela presença de sintomas físicos recorrentes, que podem variar de localização ao longo do tempo, sem causa física/não psiquiátrica. A maioria dos portadores tem uma longa e complicada história de contato tanto com a assistência médica primária quanto especializada durante as quais muitas investigações diagnósticas são conduzidas sem qualquer resultado positivo. Apesar disso os portadores não se convencem de que não tenham uma patologia física/não psiquiátrica.
O curso da doença é crônico e flutuante. Existe uma resistência muito forte em aceitar que os sintomas sejam decorrentes de problemas psíquicos e, portanto, há muita resistência para o tratamento adequado. Sintomas depressivos secundários são muito comuns, assim como sintomas de ansiedade.
2. Transtorno Hipocondríaco (Transtorno de Ansiedade de Doença):
O indivíduo acredita de forma infundada ser portador de uma ou mais doenças graves, o que causa preocupação e ansiedade persistentes. Há muito medo de morrer.
Está sempre muito atento às reações corporais. Sensações e sinais físicos normais ou triviais são frequentemente interpretados como um indício de doença grave. Por isso frequentemente busca assistência médica para realização de exames e, quando concluído pela inexistência da doença que imagina ter, acaba procurando outro profissional de saúde. É comum haver sintomas de depressão.
3. Transtorno Doloroso Somatoforme Persistente:
Apesar de ser considerado nos manuais diagnósticos atuais como Transtorno de Somatização, apresenta características específicas e por isso é apresentado em separado. A queixa predominante é uma dor persistente, intensa e angustiante, sem haver uma causa física/não psiquiátrica identificável. Ocorre num contexto de conflitos emocionais e de problemas psicossociais suficientemente importantes para permitir a conclusão de que os mesmos sejam a causa essencial do transtorno.
Importante ressaltar que, assim como a maioria dos outros transtornos, existe uma demora considerável entre o início dos sintomas, com seus prejuízos consequentes, e a busca por tratamento.
O tratamento é feito com psicoterapia, sendo mais indicada a Terapia Cognitivo Comportamental. Antidepressivos e ansiolíticos podem ser usados em associação.
É relativamente comum a presença de uma ou mais comorbidades (presença de outro(s) transtorno(s) simultaneamente). Abaixo o link com artigos sobre outros transtornos psíquicos.
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Dr. Daniel Maffasioli Gonçalves – Psiquiatra em Florianópolis e Caxias do Sul
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