O tema suicídio foi por muitos séculos evitado devido a uma série de concepções preconceituosas e errôneas. Contribuiu para esse silêncio a ideia de que falar sobre o assunto incentivaria pessoas a se suicidarem, um medo que atravessou um século e meio.
Johann Wolfgang Goethe, escritor e filósofo alemão, fez história com o seu romance Os sofrimentos do jovem Werther, publicado em 1774. O personagem principal sofria pelo amor impossível por uma mulher casada. Muito apaixonado e sem perspectivas de um dia ter a amada como companheira, ele decide se matar. O momento do suicídio foi tão bem descrito que veio a se tornar um dos momentos mais comoventes da história literária. O pequeno romance, que logo se tornou uma “obra maldita”, desencadeou uma onda de suicídios nunca vista antes na história.
Falar sobre suicídio é importante sim. E muito. Este desafio deve ser encarado de frente e em sua totalidade. Todos precisam saber mais sobre o assunto, a fim de ajudar pessoas próximas ou a si mesmo.
Por exemplo, saber que 95% das pessoas que se suicidam são portadoras de algum transtorno psíquico é fundamental. Isto porque reconhecer quem são estas pessoas e incentivá-las a buscar tratamento é uma das principais formas de prevenção.
Sempre que identificados sinais de risco de suicídio em alguém, deve-se abordar a questão de forma cuidadosa mas sincera. Criar vínculos de ajuda com quem expressa de alguma forma intenção ou plano suicida é muito importante para que sejam tomadas as medidas necessárias.
Segundo inúmeras pesquisas, até 40% das pessoas que tentam suicídio estiveram em contato com um médico semanas antes de cometerem o ato e aproximadamente 30% estiveram em contato com algum serviço de saúde mental. Estas pessoas têm sido questionadas sobre pensamentos ou planos suicidas? Esta é uma pergunta ainda sem resposta.
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Dr. Daniel Maffasioli Gonçalves – Psiquiatra em Florianópolis
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